The Book of Hermaeus * Enredo*

Com as eliminatórias finalizadas, na noite do dia seguinte ocorria uma grande queima de fogos de artifício. A festividade durara por quase uma hora sem pausa de fogos de artifício enormes sendo lançados aos céus do castelo até que houve uma pausa. Um enorme projétil azulado subiu aos céus em grande altitude e explodiu, lançando fragmentos azuis pelo ar que se apagavam próximo ao solo.  Os telões espalhados pelos jardins do castelo e interior mostravam um terraço próximo a torre onde supostamente fica a sala do trono. Uma explosão de fumaça aparentemente vinda do nada surge junto com Valeth. Ele logo levantava a voz e os alto-falantes do castelo transmitiam as suas palavras:

- Caros visitantes! É com muito prazer que informo que as eliminatórias do torneio se encerraram! A aqueles que não conseguiram se classificar, sintam-se livres para desfrutar de nossa hospitalidade pela duração restante do torneio. Para aqueles que se classificaram, meus parabéns! Em instantes, serão anunciadas as chaves das semifinais! E para quem chegou agora... hahahaha...Sejam Bem-Vindos ao Circus Memory!

 Falando isso, Valeth some em outra explosão de fumaça apenas para ser substituído pela bela cantora que surgira no desfile, trajando vestes que lembravam os bardos da época medieval, e brevemente após começava a cantar uma musica que conta a história de um exército dourado de muito tempo atrás que lutou para defender a humanidade do que seria “O portal escarlate”. A música em si tem um efeito nas pessoas que as ouvem, tornando-as mais animadas e entusiasmadas, algumas pessoas que estavam em atrações de aptidão física repentinamente conseguiam feitos quase olímpicos mesmo sem ter aquela aptidão. A música acaba em poucos minutos e Aibell é ovacionada ao sair do terraço...

Mais tarde naquela mesma noite, os quatro lutadores classificados são anunciados: Painwheel, Clark Still, Lilith Yagami e Pedro Maia. Cada lutador recebe uma carta com quem será seu adversário na semifinal e o local da batalha, que será daqui a dois dias...


  ...Em uma dessas noites, Uma mulher de cabelos azuis é agarrada por um bandido. Com a faca no pescoço, ela é levada para um beco escuro. Instante depois se ouve um grito de medo acompanhado de um som de corte. A mulher sai do beco, ilesa, arrumando a gola da blusa enquanto limpa a mão esquerda em um pedaço de tecido que lembrava muito o da camisa do criminoso. Ela andava lentamente, enquanto ia em direção ao castelo. No dia seguinte, a polícia encontra o corpo do bandido fatiado em dois com precisão cirúrgica, com o corte cauterizado e sagital, causando espanto nos peritos para tentar entender o que teria sido capaz de fatiar uma pessoa daquela maneira com um corte limpo...

 As lutas estavam acontecendo pelo castelo normalmente, mas uma vibração estranha fora sentida por todos e todas as lutas simplesmente pararam. Pelas janelas da torre do relógio e pelas que haviam nos aposentos abandonados, era possível ver no ar um padrão hexagonal de rede formar uma cúpula ao redor do castelo e com um som de rochas se quebrando, os vários hexagonais da barreira mágica que encobria o castelo começaram a se soltar, caindo em direção ao solo junto ao barulho de vidraça se quebrando, porém nenhum fragmento chegava ao solo. Em meio a multidão enlouquecida que saía do castelo, Painwheel poderia ver uma pequena figura encima de uma cabine telefônica que fora derrubada durante a confusão. Nessiah estava se aproximando junto a ele havia uma mulher nitidamente oriental, usando um traje que parecia ser feito de escamas que tinham um tom de jade e partes metálicas em dourado. A mulher ainda aparentava ter o que se parecia com uma cauda draconiana, que balançava levemente. Os cabelos levemente marrom-cinzento balançavam ao vento e as enormes manoplas pareciam reluzir conforme as nuvens negras começavam a cobrir o castelo.



 As esferas azuis que flutuavam sobre o castelo começavam lentamente um movimento de rotação ao redor da área logo a cima do castelo, em um padrão bastante aleatório. Não demorava em que o Menino Pedro e Lilith fossem atrás das pessoas que lhe eram conhecidas ou que deveriam ser resgatadas naquele momento e abandonaram seu local da luta, correndo para os andares inferiores. Clark Still subitamente recebe uma chamada de Ralf Jones, solicitando apoio para enfrentar uma horda de cadáveres sangrentos e sem pele que começava a se erguer nas cavernas abaixo do castelo, vindos da parede de carne que ele outrora havia explodido para sair do labirinto feito de carne humana que pulsava com vida. O coronel, os dois Ikaris que o acompanhavam e o membro do Cerberus Squad, Grey Knight tentavam escapar para a superfície enquanto eram perseguidos por tais monstros. Nessiah avança junto a mulher em meio a multidão. Era possível ver que os guardas armadurados simplesmente entraram no castelo, deixando toda a área dos jardins apenas com as pessoas machucadas pela multidão em fuga. Até mesmo o tempo ficava confuso, pois o brilho do Sol tornava dourado aquilo que as nuvens em espiral não cobriam, enquanto estas ficavam mais negras e relampejando.

Finale

Com Lezard, AIbell e Ouroboros derrotados, as lutadoras ali viam o estado de Nessiah: Saía sangue por baixo da máscara dele e suor. As páginas douradas que circulavam ao redor dele agora formavam anéis que giravam ao redor dele na horizontal. O pequeno mago juntou as mãos, entrelaçando os dedos ao que finalizava o encantamento. Todo o castelo sacudiu por um momento...

Enquanto isso, Pedro Maia e os outros garotos, acompanhados de Edward Crowley e a empregada em uniforme vitoriano Amon. Eles trabalhavam para retirar as pessoas que estavam presas nas catacumbas. Já haviam alcançado a entrada com essas vítimas quando um urro gutural veio do fundo. O som pesado de movimentação mostrou seu dono em instantes, saindo da escuridão. Era uma enorme massa feita de corpos apodrecidos rastejando pelo piso. Enormes olhos vermelhos e sangrentos brilhavam a luz das tochas e braseiros, assim como os dentes segmentados e cariados da enorme boca ficaram visíveis quando a criatura urrou novamente, deixando as pessoas e os amigos de Pedro em pânico. A criatura em si deveria ter perto de quatro metros de altura pois quase encostava no teto das catacumbas.

- O Rastejador... – Dizia Amon quando olhou bem para a criatura. – Esta criatura não deveria estar solta. Os selos dos guardiões do castelo devem ter sido anulados...

- Não temos escolha se não ganhar tempo para você, Pedro, tirar as pessoas daqui. – Dizia Edward

 Edward e Amon se voltam para o monstro em posição de combate quando o castelo todo sacudiu-se...

 ... A magia de Nessiah se executa quando um enorme pilar de luz surge, engolfando a área da sala do trono a frente do mago e das lutadoras que estavam com ele. Todo o castelo sacudiu-se naquele momento. Um grito feminino de surpresa e negação pôde ser ouvido de onde estavam. Quando a luz se cessa, a outra metade do aposento se fora junto da sala do trono e parte do castelo abaixo, deixando um enorme buraco circular no chão...

...O pilar de luz invadia as catacumbas, cobrindo o Rastejador, que entrava em combustão. O cheiro de carne e gordura queimados se espalhou rapidamente enquanto a criatura urrou em agonia. Da mesma maneira que a luz veio, ela se foi, levando toda aquela parte do castelo. O buraco que se formara era extenso e a chuva começou a entrar nas catacumbas. Por um momento ouve silêncio e suspiros de alívio quando a estrutura do castelo começou a tremer constantemente e pedaços dele começavam a cair. Amon grita para que todos se aproximem dela e quando todos o fazem, uma capa de escuridão envolve todas as cinquenta e seis pessoas ali presentes, fazendo-as ressurgir no estacionamento na entrada do castelo. Amon por um momento pareceu bem, até desmaiar pelo esforço de ter transportado tantas pessoas pelas sombras e ser pega por Edward...




... Nessiah ofegava por um tempo ao término da magia até que começou a balançar para então cair no chão em uma poça de sangue. Além do sangue que escorria abaixo de sua máscara, uma mancha enorme estava em seu peito também. Zhuan pegava-o nos braços e o erguia do chão, quando a estrutura do castelo começou a ruir. Pedaços de onde estavam caía ao solo, espalhando poeira. Painwheel e Robo-Fortune saltaram e começavam a voar, enquanto Zhuan corria pelo lado externo da construção de desabava com maestria, saltando nos pedaços que caiam para chegar ao solo e correr para fora do castelo.

 Polícia e bombeiros chegam ao castelo tempo depois. A construção em si estava totalmente acabada. Poucas paredes acima do solo estavam intactas. Foi como se toda a estrutura ruísse como um castelo de areia. As pessoas que Pedro Maia, Amon e Edward salvaram eram atendidas e encaminhadas para os hospitais e famílias enquanto a jornalista que estava no local, Angela Hussman, fazia a transmissão do que estava acontecendo enquanto a chuva brandava. Não havia sinal de vida vindo das ruínas do castelo. Foi como se todos os seres que viviam ali simplesmente sumissem. Mas havia um trio de enormes homens armadurados, comandados por uma mulher ruiva de colete verde com touca em forma de lagarto com chifres ajudando a encontrar pessoas que possam estar perdidas nas áreas externas do castelo junto aos bombeiros. Nessiah era levado às pressas para o hospital em uma ambulância e passava por uma cirurgia. Ele chamava por Caral Yagami e Pedro Maia enquanto estava na UTI do hospital com Zhuan, que usava trajes típicos chineses ao seu lado como acompanhante. O pequeno mago estava enfaixado na área ao redor dos olhos, ocultando-os. Os cabelos loiros dele iam até os ombros, eram ondulados e levemente brilhantes. Sua respiração era um pouco ruidosa, mas não precisava de aparelhos para isso. A voz dele saiu fraca, quando ele começou a falar.

- Chamei vocês... Porque não me resta muito tempo... Antes de irmos para a batalha, o ferimento de meu peito reabriu. Foi uma ferida mortal que Ranael abrira naquela fatídica noite na Babilônia... A ferida limitava meus poderes mágicos e eu claramente... Ultrapassei meus limites..

- Aquele pilar de luz que invocou... Matou Ranael e destruiu o livro? – Carol perguntava.


- Não... A magia que usei provavelmente causou dano o suficiente para que ela não fosse mais perigosa pelos próximos séculos... O pilar a levou junto ao livro para uma dimensão paralela de onde o livro pode sair, mas ela não...

- O que vai ser daqueles que estavam fora do livro ainda, vão ficar a solta?

- Não... Tirando os três que estavam na escadaria naquele dia, apenas Ouroboros continua vivo...

- Espere, eu tenho certeza que desferi um golpe mortal nele e o vi cair da escadaria até o chão, não tinha como ele ter sobrevivido à queda. - Dizia Zhuan.

- Não há...como matar Ouroboros... Enquanto as escamas protegerem o hospedeiro, Ouroboros, filho da Vida e da Morte continuará... reiniciando o seu ciclo do tempo...Zhuan...encontrou Prâk?

- Eu não encontrei rastro nenhum de vida do homem de máscara de ferro que acompanhava Valeth e também ninguém na cidade o viu. Então é provável que ele tenha sido pego pela magia que destruiu o castelo. – Dizia Zhuan

 O medidor de batimento cardíaco de Nessiah media batimentos constantes, mas demonstrando pulso fraco. Zhuan apertava a mão direita do pequeno mago, com uma expressão preocupada, mas esboçava um sorriso. O fim estava próximo.

- Nessiah, eu agradeço por ter me dado uma nova oportunidade para reparar meus erros e recomeçar a minha vida...

- Eu o agradeço também, Nessiah. – Começava Pedro. – Você curou a minha mãe e agora ela voltou para casa...


 Nessiah sorriu naquele momento. Ele apertava um pouco a mão de Zhuan.

- Carol Yagami...Eu exigi muito de você...peço seu  perdão... Se ainda tiver os braceletes que lhe dei antes da batalha, peço-lhe que fique com eles... permanentemente. Eles podem lhe ser úteis no futuro. Os Braceletes de Hécate nunca estiveram em mãos tão boas para serem guardados...Cof...

- O que vai ser de você agora? – Perguntava Carol.

- Eu...? Ah...eu vi coisas demais...e vivi demais...Fui o guardião do Livro de Hermaeus por mais de três mil anos... Eu já deixei o Livro Dourado de Cronos aos cuidados de Zhuan, para que ela encontre a pessoa que será destinada a cuidar do livro em meu lugar... Esses últimos dias...foram bastante bem vividos...heh... não foi assim...tão...mal...

 A imagem na tela de detecção cardíaca logo se mostrou apenas uma linha reta. Medicos e enfermeiros tiram Zhuan, Pedro e Carol do quarto, mas o esforço de reviver o pequeno mago logo se mostrou inútil. Nessiah morrera com um sorriso de alívio no rosto...


  Em meio a escuridão dos escombros do castelo, uma pequena nuvem de poeira explode em meio as pedras. Um braço coberto por uma armadura escura ergue-se em direção ao luar...

===========Final D Results: ==========

Lezard Valeth: Morto e retornado ao Livro
Aibel, Rainha das Banshees: Morta e retornada ao Livro
Euro, o Controlador do Tempo: Morto e retornado ao Livro
Cavaleiros Ouroboros: Assimilação Completa
Luna, a Lich : Morta e retornada ao Livro
Prâk Jaws: Supostamente morto e retornado ao Livro
“Cassandra”/ Camilla: Desconhecido
Grim Reaper: Desconhecido
Paranóia: Viva
Zhuan, a Destruidora da Torre de Jade: Ressussitada e libertada do Livro
Edward Crowley: Libertado do Livro
Amon : Libertada do Livro.
Comandante Krizalid: Assimilado conscientemente.
Livro de Hermaeus: Salvo
Ranael: Gravemente Ferida e prisioneira dimensional

Hermaeus Mora: Não apareceu. Pré-requisitos do evento não atingidos.

Depois da minha vitória no torneio do Memory Circus, nós acompanhamos os momentos finais de Nessiah no hospital. O pequeno mago acabou falecendo em nossa frente e não havia muito o que ser dito. Zhuan, eu e Robô-Fortune, o trio mais estranho que alguém poderia ver naquela hora da noite, caminhávamos para fora do hospital onde acabamos levadas pela ambulância.

Carol: É uma pena que as coisas tenham terminado assim.

Eu lamentei a morte do mago. Embora ele tivesse me colocado em várias enrascadas, ainda sim era uma boa pessoa.

Zhuan: Pelo menos, ele morreu sorrindo. Ele gostou do tempo que passou com a gente.

Robô-Fortune: AFIRMATIVO. BEEP.

Zhuan: Painwheel, o que você fará agora?

Eis que a pergunta de Zhuan me trouxe de volta para o objetivo principal da minha participação. Eu me virei para Robô-Fortune naquele instante.

Carol: Laboratório Zero. Status.

E a robô ficou com seus olhos brilhantes por um instante, até ela sorrir e dizer algo.

Robô-Fortune: Valentine está te esperando!

O meu silêncio só pode significar uma coisa para as outras duas: Eu estava indo para a minha terra natal. Mas como? Bem, se tem uma coisa que eu vou aproveitar é dos poderes novos de Zhuan; o teletransporte. Eu pedi para que ela me levasse lá, junto de Robô-Fortune, para colocarmos um ponto final na minha história.

Estava amanhecendo nos campos de Maplecrest. E ali estava eu, caminhando sem minha máscara, mas ainda trajando as roupas de Painwheel. Eu parei próxima a uma grande árvore, assim que avistei a silhueta de uma mulher alta e cheia de curvas. Os cabelos azulados não me enganavam. Era ela!

Eu fui acelerando os meus passos e quando faltava poucos metros, ela virou-se na minha direção. O único olho dela arregalou-se ao me ver sem a máscara. Mas foi apenas por um instante. A mulher logo estava com sua expressão neutra e tranquila diante de mim.

Valentine: Sem máscara? Entendo...

E então, ela removeu a máscara cirúrgica dela, o tapa olho e desprendeu o seu cabelo, deixando-os soltos.

Valentine: Vamos ficar de igual para igual, Carol.

Eu respirei fundo, embora minha vontade seja de pular no pescoço dela e matá-la.

Carol: Por quê?

Comecei apenas com essa pergunta, sem olhar pra ela. Mirei o chão por um momento, controlando minhas emoções para não chorar.

Valentine ficou em silêncio por dez segundos. Foi os dez segundos mais longos da minha vida.

Valentine: Eu não tive escolha...

Carol: Você teve. Você viu como eu estava ali...

Valentine: Eu sei... eu sei...

Era impossível segurar as lágrimas.

Carol: Você destruiu a minha vida... as coisas estavam tão bem naquele tempo... eu tinha tantas coisas para realizar... você, os ASG Labs, os Medici... todos vocês destruíram a minha vida...

Valentine ficou em silêncio enquanto ouvia tudo o que eu tinha para dizer.

Carol: Você só precisava me deixar ir embora. Eu já tinha visto uma menina ser mutilada na minha frente, eu estava traumatizada, hiperventilando... eu não tinha condições algumas de tomar decisões ali... você se aproveitou da minha fraqueza, da minha vulnerabilidade... e só porque o meu sangue batia com o sangue de um demônio?

A essa altura, as lágrimas não paravam mais de cair.

Carol: Vocês destruíram o meu corpo... me transformaram num monstro e pra que? Pra destruir um monstro que só existe por causa das escolhas mesquinhas dos nossos governantes... pra resolver um problema que nunca deveria ter sido meu e de nenhuma outra criança dessa cidade... vocês fizeram eu viver o maior pesadelo da minha vida... onde meus pais, porra... os meus pais...

Valentine: Ca...

Carol: CALA ESSA BOCA! VOCÊ NÃO TINHA O DIREITO!

Eu ataquei ela. Movi o punho para acertá-la com um golpe em cheio na barriga, mas ela, nada estúpida, esquivou.

Carol: EU FUI CHAMADA DE MONSTRO PELO MEU PAI, DE ABERRAÇÃO PELA MINHA MÃE!

Eu continuei desferindo mais e mais murros, todos eles com espinhos negros formados e saindo dos nós dos dedos, como se fossem garras.

Carol: EU NÃO QUERIA ESSA VIDA! EU NÃO QUERIA LUTAR, NÃO QUERIA SALVAR O MUNDO, NÃO QUERIA NADA DISSO! EU QUERIA SER AQUELA MENINA INÚTIL, COM SONHOS IDIOTAS, COM UMA VIDA TRANQUILA E SEM FORTES EMOÇÕES!

Até que ela parou o meu punho e me segurou com força.

Eu estava sem condições para lidar com tudo aquilo ali.

O meu desabafo me deixou ainda mais vulnerável. E se ela quisesse acabar comigo ali... ela poderia muito bem ter feito isso.

Mas não o fez.

Valentine: Eu esperei, por todos esses anos... o dia que você finalmente viesse acertar suas contas comigo.

E assim, ela soltou os meus pulsos e me libertou. Olhei para ela sem entender, vendo agora uma Valentine ajoelhada na minha frente e me entregando a sua serra de ossos.

Carol: O que é isso?

Valentine: Eu estou pronta para morrer, Carol. A minha missão nesse mundo encerrou-se há muito tempo. Está na hora de me encontrar com minhas antigas colegas de equipe...

Ela insistia para que eu pegasse a serra de ossos.

Valentine: Eu gostaria que você acabasse com isso de uma vez por todas... mate-me com a minha própria arma.

Carol: Por quê?

Valentine: Sinto remorso do que fiz com você. Não tenho dormido direito, sempre sonhando com as noites de experimentos. A sua imagem chorando, implorando e gritando... elas nunca saíram da minha cabeça. Por mais forte que eu fosse, elas sempre me assombram.

Ouvindo isso, eu peguei a serra das mãos dela e estava pronta, preparada para encerrar aquilo. E foi quando eu ouvi uma voz na minha cabeça.

????: Não faça isso!

Eu já tinha levantando o braço, eu já estava pronta para cortar a cabeça de Valentine fora, pois havia prometido a mim mesma que ia deixar a cabeça dela numa estaca!

Mas a voz na minha cabeça me parou.

Eu fiquei em branco por um minuto. Olhei para trás e eu podia jurar que tinha visto ali a Filia. Não a Filia tomada pelo Samson, mas a Filia de antes.

Pré-Samson Filia: Você não é assim, Carol.

Eu não disse nada.

Pré-Samson Filia: Matar a Valentine agora... só vai te transformar naquilo que eles sempre lhe chamaram. E você não é um monstro! Você é a minha amiga! A minha MELHOR AMIGA!

Carol: Fi-...lia...

Pré-Samson Filia: Não faça isso. Você vai se arrepender e não haverá volta... por favor, Carol! SUPERE ISSO! Você é a mais forte! A pessoa mais forte que eu conheci em toda a minha vida! Você é MELHOR do que isso!

Eu parei. Eu não ataquei a Valentine.

Eu nem havia me dado conta de que a mulher a minha frente estava de olhos fechados e respirando lentamente, só esperando pelo momento que tudo viesse a se apagar.

Baixei a minha mão e soltei a serra no gramado.

Carol: Não... eu não vou te matar...

Ela abriu o seu único olho, ainda confusa.

Valentine: Como?

Eu continuei.

Carol: Eu não vou te matar... nem você... nem o Brain Drain... eu não sou como vocês... eu sou melhor do que todos vocês!

Valentine: Carol...

Respirei fundo.

Carol: Valerie, ouça.

A chamei pelo nome verdadeiro dela.

Carol: Eu quero que você recomece sua vida. Vá embora e nunca mais volte a me procurar... eu não quero ouvir o seu nome, nem saber de notícias suas pelo resto da minha vida. Suma, desapareça de vez, mude de nome e aparência se for preciso, mas nunca... mais... nem de mim, da minha família biológica ou adotiva. NUNCA MAIS... Ou eu vou mata-la de verdade! E mais uma coisa... se case, tenha filhos. E viva com medo. Medo de que alguém possa sequestrar os seus filhos e te fazer passar pelo mesmo que minha mãe passou quando me perdeu... Eu não desejo mal aos filhos de ninguém, mas quero que você viva... para sempre, morrendo de medo!

Limpei as minhas lágrimas ali.

Valentine: Tudo bem... eu irei embora... E como prova da minha palavra... fique com a Serra.

Eu não entendi.

Carol: Eu não quero ficar com essa porcaria! Aí eu vou viver me lembrando de você toda vez que olhar para isso!

Valentine: A Serra é a garantira de que nunca mais voltarei. E se eu voltar, é com ela que você irá findar com a minha vida. Este é o meu veredito, Carol Yagami. E também, o meu pedido de desculpas por todo o mau que lhe causei...

Eu aceitei então, não muito contente, mas aceitei. Ela levantou-se e foi embora. Fiquei observando ela até o momento que ela desaparecesse no horizonte. E quando aconteceu, eu notei a presença de Zhuan e Robô-Fortune atrás de mim.

Robô: BRAIN DRAIN ESTÁ FORA DE CONTATO. ELE DEVE TER SE ESCONDIDO.

Carol: Eu não dou a mínima. Eu não vou voltar pro Lab Zero.

Zhuan: E agora? O que você vai fazer?

Haviam alguns lírios perto da arvore que eu conversei com Valentine. Eu acabei pegando alguns deles e voltei-me para a Zhuan.

Carol: Já que você ficará por aqui... sempre que eu precisar de você, você virá ao meu chamado, certo?

Ela fez sinal de positivo com a cabeça.

Carol: Bem... hoje não é o dia das mães... mas sempre pensei em deixar um buquê de flores na porta da minha antiga casa, pra minha mãe. Você pode me acompanhar?

Zhuan: Claro! Vamos, eu te levo até lá...

Carol: O-obrigada...

E nós fomos.

Eu estava em frente a minha casa, depois de tantos anos. Ela ainda era a mesma de sempre. Eu podia ouvir as risadas do papai e os latidos do Poppy lá de dentro. Eu senti alegria e tristeza ao mesmo tempo. Eu dei alguns passos e deixei em frente ao tapetinho de boas-vindas, os lírios que catei naquela arvore.

Então, eu bati três vezes na porta. E me virei, caminhando até a Zhuan.

Carol: Vamos... eu não quero mais ficar aqui.

E então, eu fui embora.

Logo após eu sumir dali, minha mãe biológica abriu a porta e olhou para os lados, tentando ver se identificava alguém que possa ter batido na porta. E logo atrás dela, na altura de seus joelhos, uma pequena criança falou.

????: Olha mamãe! Alguém deixou flores na porta de casa!

Mãe: Oh, é mesmo! São lírios, Carol!

Carolzinha: Sim! São lindas flores, né mamãe!

Eu podia ficar em paz agora.

Minha família biológica havia seguido em frente. A nova filha deles carregava o meu nome, ou seja, eles já haviam me superado. Isso dói, mas eu posso lidar com isso. Pelo menos, os meus pais agora poderão viverem suas vidas em paz com a nova filha sem correrem riscos com qualquer coisa que seja.

Esse foi o começo das minhas visitas...

Eu vinha sempre nos dias das mães para deixar lírios e tulipas para a minha mãe e irmã. Elas nunca souberam quem foi que fez isso. Eu fiquei com a sensação de que era um anjo da guarda para essa família, mesmo que involuntariamente.

Encerrada a minha história com Nova Meridian, Lab-Zero e o Memory Circus... era hora de voltar para o lugar que eu pertenço agora.

Em 2nd South Town, o meu pai já havia anunciado para as minhas irmãs deixarem Maplecrest e voltarem para casa, em Tóquio. Só que ao invés de eu voltar para lá, eu fui para a casa da minha mãe Dean... que ficou meses sem notícia alguma minha.

Em frente a porta dela, eu bati cinco vezes.

Com o passado resolvido, meus medos superados, agora eu posso finalmente ser uma menina feliz, com a minha nova família. A Carol de antes está morta. Hoje eu sou a Carol Yagami. A Painwheel!

FIM!

Pontuação do torneio de acordo com a participação em lutas, torcida e postagens no tópico de enredo(coadjuvante):



Campeã Carol "Painwheel" Yagami: 15 pontos



Vice-Campeão Pedro Maia : 10


Lilith Yagami: 7 pontos

Clark "Ikari" Still: 7 pontos

Laura Matsuda: 5 pontos

Yue Yagami: 3 pontos


Melhor Coadjuvante Setsuna Yagami: 6 pontos

Alice Yagami: 5 pontos

Iori "Destroyer" Yagami: 2 pontos

Chizuru Yata: 2 pontos



Parabéns a todos que participaram e peço perdão pelo trabalho causado. Até a próxima o/  




(Se tiver....)

PONTOS PARA O RANKING

VENCEDOR DO TORNEIO ATÉ 4 FASES - 50 PONTOS

- CAROL: 50 PONTOS

ANFITRIÃO DO TORNEIO - 50 PONTOS

- GASTER: 50 PONTOS

VICE-CAMPEÃO DO TORNEIO ATÉ 4 FASES - 25 PONTOS

- PEDRO MAIA: 25 PONTOS

TERCEIRO COLOCADO DO TORNEIO ATÉ 4 FASES - 10 PONTOS

- CLARK : 10 PONTOS

MELHOR PARTICIPANTE DE QUEST - 10 PONTOS

- SETSUNA: 10 PONTOS

PARTICIPANTES DE QUEST - 30 PONTOS

- ALICE YAGAMI: 30 PONTOS
- YUE YAGAMI: 30 PONTOS
- SETSUNA YAGAMI: 30 PONTOS
- IORI YAGAMI: 30 PONTOS
- CHIZURU: 30 PONTOS (SEM CADASTRO)
- CAROL YAGAMI: 30 PONTOS